Uma estética para corpos mutantes.
Edvaldo Souza Couto
O texto trata da certeza de sermos seres mutantes, partindo do principio básico que somos rascunhos de si mesmos e que a todo o momento estamos em estado de mutação. O nosso corpo é a nossa vitrine e a cada dia mudamos o que está exposto, podendo ser um simples corte de cabelo a uma complicada cirurgia plástica para diminuir o maxilar por exemplo.
O movimento de mutação esta cada dia mais acelerado a partir do uso das tecnologias para que essa transformação ocorra em nossos corpos, aperfeiçoando ou simplesmente se “embelezando” na tentativa de satisfazer necessidades cada vez mais transitórias e fugazes. Nada é mais rígido tudo muda, tudo pode a body art esta em alta, fazer do nosso corpo uma manifestação das artes visuais onde o corpo do artista é utilizado como suporte ou meio de expressão. O espectador/ator deve atuar não apenas de forma passiva mas como agente interativo.
O homem mutante estuda as ciências cada dia mais em prol de soluções para retardar o envelhecimento. A necessidade de não envelhecer e de nos tormarmos jovens para sempre, tráz a urgência no uso das tecnologias avançadas no sentido da eterna juventude, na busca por uma vida saúdavel, uma vida ativa, buscando corrigir as imperfeições que o tempo ou qualquer outra adversidade venha a causar.
A potencialização do corpo humano o faz mutante, seja na protetização de um membro perdido ou na melhoria dos que já existem, dinamizando as performances corporais. E nessa onda de perfeição que o capitalismo entra com tudo na fabricação de produtos que proporcionem essa mutabilidade como prioridade na vida do cibersujeito. Cada vez mais avançadas as pesquisas desenvolvem técnicas, tratamentos e produtos que aperfeiçoem o “objeto consumidor”, ou seja, o nosso corpo mutante.
Artigo contido no livro Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d) eficiências corporais / organizado por Edvaldo souza Couto e silvana Vilodre Goellner-2.ed.- Porto Alegre:Editora da UFRGS,2009.